sábado, 31 de dezembro de 2011

Vazio...




Olhos cor de mogno, profundamente escuros e intensos. Olhos estes que já não tinham a mesma cor, não porque a estavam perdendo, mas porque não havia o mesmo brilho neles; olhos que já não tinham a mesma graça porque olhavam vazios para a vasta paisagem.
Era um pôr do sol alaranjado, vivo, intenso em seus tons de laranja, vermelho e amarelo, próximos à borda da maior estrela se nosso Sistema e que se transformavam num azul, primeiramente suave, quando mais distante do centro, mas que rapidamente ia escurecendo pelo cair da noite. Todo este espetáculo começava a parecer sem graça.
Os cones e bastones daqueles lindos olhos pareciam, em respeito à dor do coração que mais abaixo estava preso entre costelas e pulmão, não querer exercer sua função de reconhecer as cores, suas nuances, suas diferenças. Era tudo era “cinza” então.
A respiração ofegava conforme as batidas descompassadas apertavam o espaço divido dentro daquele peito. Não era ansiedade, tão pouco medo... era tristeza. Lembrava-se de como dizia se sentir triste, desanimada e sentia, então, raiva, pois agora sim a real sensação de tristeza sentia, mas não lembrava que era assim. Antes era feliz, não podia dizer que muito feliz, pois sabia que a felicidade, em sua real essência, mal conhecia.
 Lembrar-se das boas lembranças era inútil, pois misturadas à realidade de que não mais se repetiriam transformavam-se em veneno n’alma, fazendo-a desejar e sentir coisas que não queria.
Suave melodia entrava em seus ouvidos, através do fone conectado ao celular enfiado num de seus bolsos. Escolheu músicas sem melodia, pois temia que as palavras lhe machucassem. Errou novamente, pois se esquecera de que as melodias mais afetavam do que as palavras, neste único caso. Tudo aquilo não precisava de palavras, as cordas traziam sons e ela imaginava os dedos que as percorriam, cantarolando algumas palavras daquela linda música.
Fechou os olhos e as pernas se cansaram, sentou pesadamente naquele chão. Bem que gostaria de estar longe de tudo, de todos, mas não estava. E cansada de pensar procurava, sem sucesso, deixar de fazê-lo. Sentia-se sem um pedaço, sem esperança, esvaindo-se em “nada”.
O que mais lhe incomodava não era bem o findar do que há pouco tinha começado, e sim aquilo que já existia antes, antes de qualquer intenção, de qualquer erro, de qualquer ato pensado. Aquilo pelo que não havia buscado, mas que se iniciara sozinho, sem palavras, sem intenção. Começou pelos olhares que se encontraram e mandaram a mensagem ao coração.
Não foram os corpos que se reconheceram sim as almas, os Espíritos que se afinizavam e amavam. Era um sentimento puro, com desejo de felicidade e proteção do próximo. Era amizade, amor de irmão. Resistiam aos chamados da carne por respeito de si mesmos, do outro e ainda de terceiros, isso nunca foi problema, pois sabiam quão valioso era aquele sentimento.
Mas não foi um erro, não foi em vão. Ou foi? Por que aquele vazio se o amor ainda existia? Bom, para ela existia, mas só poderia falar por si.
O maior desejo, aquele que ecoava em seu ser era que aquele amor, o primeiro, não findasse, não secasse. É só ele que importa, só ele. Era, é esse desejo que adormece e acorda todos os dias dentro de seu coração descompassado, aflito pelos tremores do medo, da incerteza. Pelo frio daquela voz, que fora antes tão quente de sentimentos e cheia de significado.
Sumir assim, de repente? Não, não conseguia acreditar nisso. Estavam cegos. Ela por uma promessa vinda de si mesma e ele por uma feita em outros tempos por ele mesmo. Ele buscava a sua e ela morria pela que não se fez. E quando digo morrer, me refiro à morte da esperança, do querer lutar, do querer desistir.
Sem entender o porquê de tanta confusão, desistiu de segurar e se entregou às imagens de seu coração. Misturavam-se entre imagens vividas e apenas vistas, boas e neutras. Entregou-se à dor vibrante e escutava o pulsar inconstante em seus tímpanos, abafando a melodia da música que já nem ouvia, sentindo as contrações involuntárias dos soluços, a falta de ar pelo esquecimento de inspirar, olhos apertados, lábios mordidos, virou de lado encolhendo-se como quem segura uma grande dor.
Passou apenas dois minutos neste desespero, neste conflito, sentindo a vontade gigantesca de sumir. Explodiu num grande suspiro que por dentro materializava-se como um grito, quis gritar, mas não tinha voz. Parou. Passou a controlar, lentamente a respiração, organizou os sentimentos, baniu a voz do coração e buscou a consciência para não enlouquecer.
Desapertou os olhos, mas não os abriu; as lágrimas antes frenéticas escorriam agora mais lentamente; os lábios apenas fechados, a respiração pesada, no entanto, calma; relaxou os músculos do abraço em si mesma, virou de costas para a cama e ali ficou.
De tudo, apenas o motivo da dor, os pensamentos, a música e o pranto eram reais. O pôr do sol não existia, não fora de sua mente e não esteve em pé. Quando aconteceu o dia já era frio e prata, parecendo poupar os envolvidos de assemelhar tal tristeza com a beleza de um céu azul. O dia era prata porque parecia ter um céu duro, como esta.
Já era noite e estava cansada. Abriu os olhos, que eram sem vida, como aqueles que em sua mente miravam o pôr do sol, e também vermelhos, mas ela não via, apenas sentia. Afogados e embaçados. Sem força, virou-se ao lado oposto da posição de dor, era o lado de dormir, o esquerdo; afagou seu leão de pelúcia, sorte ele não ter mais cheiro; afastou o cobertor, seu corpo estava quente. Num suspiro cortado que custou a sair, relaxou e iniciou uma prece que a fez desligar sua consciência do mundo material.
Não ouviu mais nada, não sentiu mais nada.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Parar para seguir...




É como se algo estivesse dormindo. O que me alimentou nessa manhã foi a falta de vontade. Perdi no sono a vontade de sorrir, de falar, de entender, de tentar e acordada perdi a vontade de sonhar.
Algo dorme, mas sinto como se estivesse morrendo. Não que eu não me baste sozinha, mas perdi a vontade de acreditar. E como é quando se perde essa vontade? Não sei, nunca a havia perdido, mas da para dizer que nos sentimos sem sentido, sem rumo certo porque sempre parece que  erro é seu, por mais que não seja, pois parece que você deixou de fazer algo, de cumprir com algo.
É claro que nunca depende só de você. Aquele história de "só depende de você ser feliz" não é bem assim, sempre disse isso. Sempre depende um pouco dos outros também, ainda que só 20 ou 30%, porque você pode não pode manter felicidade alguma sozinho, ela não se propaga se bate em paredes frias que não estão dispostas a receber tal sentimento e assim acontece com qualquer outro e até com a raiva e o rancor. Estes últimos não fazem parte de mim.
Tudo que precisamos, na maioria das vezes, é de uma dose de consideração. Conversar, se expor, se fazer entender e escutar são boas formas de apresentá-la. Ninguém precisa ficar cheio de coisas enclausuradas no peito quado poderia dizê-las, mas não deixam; ninguém precisa ser maltratado para entender algo, muito menos quando antes, entre tais pessoas - sim, entre, porque apesar de sermos capazes de maltratarmos a nós mesmo, não é o caso - há amor.
O amor, quando existe de verdade, não permite que cúmplice a ele esteja a falta de consideração, porque o amor é bondoso, sabe ao menos desculpar, sabe ouvir já que gosta de falar. Quando a consideração é esquecida pelo aparecimento de novos desejos, de se alcançar rapidamente um novo objetivo, está instalado aí algo semelhante à crueldade. Todo ser humano é capaz de ser cruel tanto quanto é capaz de amar, aqueles que não o são escolheram não ser assim.
Quando disse que era alimentada pela falta de vontade, certamente pareci irracional. Mas entenda, quando você não tem muita força e ainda lhe exigem mais, você simplesmente não pode fazê-la, pois sabe que se acabará se assim o fizer. É bem verdade que as pessoas ficam como querem ficar e nesse caso estou assim para poder continuar. Não vou gastar a vontade que pouco tenho ocupando-me em procurar pelas cores e pela felicidade, por motivos que me façam sorrir. O choro me alivia o aperto do coração, que regressa tão breve este cessa; quero ver nos próximos dias este mundo cinza ainda que o sol brilhe intensamente as cores em volta, pois enxergar colorido da trabalho, sabia? - os cães enxergam em tons de cinza e não são menos felizes por isto.
Não vou gastar minha força de vontade esquecendo, pois dói, dói porque não quero esquecer o que representa para mim e porque meu maior pedido à Ele é que você também não se esqueça de mim, não importa como.
Claro que não ficarei para sempre assim. Da mesma forma que hoje minha força de vontade dorme - descobri o que continua a dormir quando acordo - um dia ela acordará até mesmo antes de mim e quando este dia chegar ela irá me alimentar, e ai então irei amar mais ainda! Pois conseguirei desculpar o que aconteceu, não desculpar você ou a mim, mas a situação.
Porque é assim quando se é capaz de amar, você perdoa e volta a caminhar!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011


   Nem sempre as pessoas que mais se parecem conosco estão destinadas a serem nossos cônjuges.
  Talvez, la no outro plano ainda, tenhamos planejado tamanha semelhança pra podermos ajudar e sermos melhor ajudados, pois saberemos ver melhor que muitas pessoas o que essa pessoa vê, sentir o que e como ela sente.

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Presente é pra Você


   É neste mês que esperam, coisas tão lindas. É o aniversário de quem a este mundo desceu. Se deixa Jesus vir morar em você vai ser fácil, viver de uma forma que nunca pensou ser possível.
   Presentes e festas são só um momento e passam. A felicidade real, vem do seu coração. A vida seria distinta teria um motivo, não mais corações feridos nem vidas vazias.
   A criança que em Belém nasceu, quer hoje em seu coração nascer e promete sua vida mudar, os dias encher com canção. Faça um lugar, deixe-o nascer em você! Jesus é a fonte da vida e hoje oferece vida eternal.
   Jesus é o aniversariante, mas o presente é pra você!


-Música da época do Ensino Fundamental

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal...


Pensamento de Natal (e de vida)




A origem da palavra “Natal” é do latim “natalis” que se refere a “nascimento”. Em sua origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm da distante Idade Média, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol no inverno do Hemisfério Norte.
Neste hemisfério, o solstício de inverno ocorre entre os dias 21 e 22 de dezembro, quando o sol atinge o seu afastamento máximo da linha do Equador, tornando as noites mais longas e marcando o inicio do inverno.
A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, tornou-se uma das religiões mais populares do Império. Para tanto, existia um festival romano chamado “Festival do Sol” (Natalis Solis Invictis, o nascimento do Sol invencível) em que se comemorava o momento em que o Sol inicia a sua ascensão triunfante, seu retorno para perto da Terra, representando, neste momento, a Luz que nunca morre e vence sempre. A celebração do Sol Invencível foi estabelecida em 274 d.C., pelo imperador Aureliano. Este Sol Invicto, Luz que nunca morre e vence sempre, é pois um reflexo da Eternidade.
Em 313 d.C. Constantino, imperador de Roma, decretou o Édito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos e trocando, dessa forma, a perseguição pela tolerância tão desejada. Segundo uma lenda, antes da batalha de Mexêncio, ele teve uma visão da cruz contra o sol, e uma mensagem que dizia, "com este sinal vencerás". Constantino era adorador do deus Sol. De certa forma, o que temos hoje é justamente isso: a união de Mitra (Sol) e Jesus (Cruz) no Catolicismo.
Antigo adorador do Sol, Constantino consolida sua influência quando ele fez do dia 25 de dezembro uma Festa Cristã. Ele transformou as celebrações de homenagens à Mitra, Baal, Apolo e outros deuses, na festa de nascimento de Jesus Cristo.
Como podemos ver, seja qual for a data comemorada ao redor do mundo, pelas mais diversas tradições, religiões, povos e culturas, ela só tem razão de existir no significado que um grupo de pessoas atribui a ela.
Isso quer dizer que atribuir um significado qualquer a uma data é exercício do livre arbítrio e, sendo assim, podemos escolher qual o significado de cada dia para cada um de nós.
O dia de hoje pode ser o dia mais importante de sua vida, se você assim o quiser.
Temos uma vida tão corrida, tão maluca e tão distanciada de nós mesmos, que é preciso uma data específica para que nos lembremos de alguns conceitos que valorizamos, achamos interessantes e até importantes, mas que na verdade não passam do campo da admiração, pois não os implantamos verdadeiramente em nossas vidas... e por isso é importante existir eventos que nos lembrem deles, que nos façam refletir sobre eles.
Para uns é o Natal, o Ramadã, o Pessach, o Yom Kipur (entre tantas outras datas), para outros o desencarne de uma pessoa amada, para outros um grande susto, para outros uma grande mudança, para alguns a dor e para alguns mais raros ainda a própria alegria.
Enfim, acredito firmemente que já que no mundo bilhões de pessoas passam o resto do ano vivendo distanciadas de si mesmas ou dos conceitos que tanto admiram, nada mais útil do que ter um "alarme", algo que os lembre daquilo que realmente é importante, pois no fundo, cada uma dessas datas e acontecimentos fazem isso conosco.
Se você é Cristão, Judeu, Muçulmano, Xintoísta, Budista ou de qualquer outra denominação (ou mesmo de nenhuma delas), o que importa é se compenetrar daquilo que realmente é importante para você e para as pessoas em geral.
Para quem gosta de estudar tudo isso com certeza vai perceber que no fundo os ideais e a mensagem são os mesmos. Só dá problema quando um quer estar mais certo que o outro. Aliás isso é a causa de praticamente todos os problemas (Vale a pena refletir).
Desta forma, assim como acho importante haver estes "alarmes", acho ainda mais importante o esforço que podemos empregar em fazer com que tudo isso se aplique não a um ou alguns dias durante o ano e sim em todos os dias de nossas vidas.
Afinal de contas, todas as pessoas possuem valores, mas possuí-los apenas não quer dizer muita coisa e vou além: viver de forma diversa dos valores que se possui é não viver... e segundo alguns estudiosos, fonte de algumas psicopatologias.
Sendo assim, meu objetivo com esse texto é que, independentemente daquilo em que acredite, você possa refletir sobre esses valores e compenetrar-se de como vivenciá-los, de como se tornar uma pessoa sempre melhor, afinal de contas todos vivemos para isso!
Portanto, Feliz Natal e Feliz Ano Novo!!! O Natal nada mais é do que aquilo que fazemos dele e do significado que lhe damos, seja no dia 25 de Dezembro ou qualquer outro.
Abraços Fraternos.
Rodrigo.


É porque eu sei que você sempre esteve por perto, mesmo quando estava longe.
É porque eu sei ficar sem você, mas não quero, já que posso escolher.
É porque você às vezes acha que me faz mal, mas está errado.
É porque você sempre me olha tão fundo que me encabula.
É porque rio sem motivo ao te encarar.
É porque com você a conversa flui.

  E eu poderia citar dezenas de outros porquês, mas você nunca sabe diferenciá-los, não é?!
  Ah e como eu queria poder explicar, mas palavras são inúteis quando nossos olhos quase se fundem e meu rosto se desfoca no seu olhar, mas ainda assim sei que olha para mim. E assim segue a certeza, digladiando  com o medo, lutando pelo espaço dentro dos seus abraços, tentando estar sempre em seu coração sem arrancar um pedaço. Esse é o amor imperfeito. Amor que teme, amor que espera. Mas não deixa de ser maduro, intenso em seu jeito, fiel e leal (porque são coisas diferentes!).
  E como duvidar quando fico em paz, ainda que longe; quando sorrio por lembrar das coisas mais bobas que você faz; quando penso nos deus defeitos e sei que eles não são obstáculos? Não há como duvidar da nossa compreensão, da nossa vontade de realizar. No entanto, não posso realizar nossos sonhos sozinha, assim como você também não o pode. E como fazer?
  É uma luta dura vencer os obstáculos, a tristeza, o tempo, o espaço. Tudo uma hora conspira a favor e na outra contra. mas não esmorecer e acreditar é o segredo. Acreditar sempre que é possível, que podemos. Lembra da equação química? Vamos escolher e dosar corretamente nossos compostos para que a reação seja a esperada. Vamos agir e reagir a nosso favor.

Desvaneceu.

  - E por que fizeram isso?
  - Por medo e insegurança, por que mais?
  - Mas assim, se considerar o antes e, até mesmo, o depois?
  - Vou lhe contar uma história... É a história de um coração feliz, com uma mente tristonha. O coração era forte e batalhava, mas a mente cansada sempre o sobrecarregava de pensamentos pesados, incertos e sem fundamento. Um dia, o jovem rapaz resolveu ajudar aquela que amava. Era uma amizade muito bonita e solidificada na sinceridade. Com alguns acontecimentos boa vontade o amor crescia e uma dúvida também até que chegou o tempo em que não havia mais dúvida. Parece uma história antiga, mas não é.
  O curioso é que, estranhamente, como já contava um livro, existia um medo por detrás dessa relação que nenhum dos dois sabia de onde vinha. Procuraram as soluções, mas ela se sentia cada dia mais doente.
  - Mas e o Amor?
  - O amor estava sempre vivo e era ele quem dava forças a ela! Sempre deu e sempre daria. Era pelo amor de amigo, pelo amor de irmão que perduraria através dos tempos. Mas algo aconteceu depois que, naquele dia, a cor se perdeu. Aquele dia ninguém sabe, exatamente, quando aconteceu. E depois dele foi tudo muito difícil. O medo dele penetrou nas raízes da relação e a enfraqueceu, a falta de força dela deixou que o veneno a tomasse e junto da esperança ela faleceu. Como luzes fracas os olhos se apagaram, o sorriso se foi e a respiração findou. Essa foi a morte de sua alegria e o corpo seco que restou, ele abandonou. O processo foi de dentro para fora e a ele cegou. Cegou-o para a esperança, pois a luz dos olhos dela é que iluminavam o caminho; enfraqueceu também seus músculos, pois seu alimento era o amor. Surdos ficaram antes do fim, pois as risadas era o maior estímulo e bem antes do fim elas sumiram.  O findar daquela história foi triste como a crueldade do homem e repentina como uma plantação que pelo fogo é destruída. De fortes a fracos, de unidos a estranhos, de amantes a desinteressados. Por não falar, por deixar de lutar, tudo que tinham morreu.
  Naquele mesmo tempo, algo bonito poderia surgir, mas a falta de coragem parou na garganta e limitou-se aos pensamentos. Um anel comprado, um pedido em mente. Por que, eu me pergunto, não prosseguiu? Eram tão fracos já? Desistiram por tão pouco?
  - Será que não foi só o medo?
  - Oras, medo do que? Se existia o amor!
  - Medo de não serem, na verdade, correspondidos?!
  - E por que achariam isso?
  - Bom, o medo, quando não combatido, se apossa de nossas energias, como a doença se apossa do corpo enfraquecido. Quando há um medo, por menor que seja, e não o combatemos, ele passa a ser algo inconsciente e já nem sabemos que o sentimos. Se eles deixaram esse pequeno medo da incompreensão toma-los, logo já não confiavam que poderiam contar um com o outro sempre e assim começou o afastamento. Parece estranho, mas penso que é normal. Todo ser humano se guarda para se proteger, mas nem sempre isso funciona.

  E assim é toda vez que um sentimento grandioso é abafado pelo medo. Medo, medo de quê? Medo para quê?
  Fale, não tenha medo de expressar-se. Nós necessitamos da convivência, do diálogo, de tocar, de sentir. Faz parte do que somos, é assim que evoluiremos, que aprenderemos. Se tivermos medo toda vez que puder dar errado, não faremos mais nada, na verdade, nem estaríamos aqui.
Quem disse que amar é fácil, que é como uma conta matemática onde 1 + 1 = 2?
Se assim for, está mais para uma equação química! E é no meio desta química que nos perdemos. Uma dose errada de algo e pronto, a solução não reage como deveria. E por que erramos na medida? Porque esse tal amor, assim como todos os nossos sentimentos bons, estão impregnados de imperfeição. Ainda esperamos amar já que amamos; ainda esperamos um sorriso, já que sorrimos; ainda esperamos algo que nos diga “há motivo para se sentir assim”, só que muitas vezes, não há! O que fazer, como fazer, por que fazer?
  Pare, pare de se perguntar aquilo que já sabe e indague-se aquilo que ainda não tem ideia de como é ou porque é.
  Você é assim, conheça-se, ame-se! E depois venha aprender, não comigo, é claro, o que pode realmente significar amor, na sua essência e sem nossos defeitos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Faça por você!

  Porque quando você sabe que a carga é pesada, é sua opção fraquejar ou prosseguir.
  Sentir medo é comum, desejar mais é comum, querer algo melhor é comum, deter-se por racionalidade é comum e é comum também deixar-se levar pelos sentimentos.
  Pesado pode ser algo obrigatório ou não, algo bom ou ruim. Pode até se perguntar "Ué, mas se é bom, tem como ser pesado?" mas é claro! Uma nova aventura é boa, mas pode ser muito dura, se você não estiver preparado.
  Na vida tudo é escolha e depende de força de vontade + preparo. De nada adianta querer se não puder, se não tiver meios de realizar. E do que adianta poder realizar, se você não quer se mexer? É tudo  equilíbrio, é tudo preparo e querer.
  Em particular, o querer estar bem é, por vezes, bem difícil. É fácil deixar-se levar pelo desânimo, a apatia, a angústia, deixar-se levar pela solidão, sim, solidão entre milhares de pessoas! E essa, eu posso garantir, é a pior de todas. Olhar-se no todo e ainda assim sentir-se só, estar com todos e sentir que ali não tem ninguém, ninguém que te conheça, ninguém te entenda. E, por vezes, nem nós mesmos nos entendemos, não é?
  Entender-se exige, por incrível que pareça, grande força de vontade e querer. Muitos de nós queremos ser aquilo que idealizamos e nos frustramos por não sermos. E por que não somo?! Há, porque não queremos! Ok, sou louca... não, não sou! Sempre ouvi dizer "Somos aquilo que quisermos ser" Fato, fato, fato, fato, fato fato!
  Se quiser algo, faça! Sonhar não basta, idealizar não basta. Isso é o início e fazer é o meio de se chegar no fim: o ser! E ser, também é uma escolha. Como fugimos das escolhas, não? Por que fugir das coisas que podemos fazer para sermos o que queremos ser, para fazermos o que desejamos? Será que somos tão mesquinhos que não podemos lutar por nós mesmo? Não sei você, mas eu acho que não somos, não! Mas nos deixamos levar e acabamos sendo. Sendo conformistas com o pouco que temos, preferido por vezes dizer que não há outro jeito, que não somos capazes, que nos falta força.
Se lhe faltar força, procure alguém capaz de, friamente, lhe dar uma impressão do que realmente acha da sua situação. Eu sei o que esse alguém irá lhe dizer!
  Fechar-se para si não adianta, limitar seu próprio poder não adianta. Ele está aí, faz parte de você, é como uma... Magia! Uma magia que está trancada, mas que pode ser liberada e você tem a chave para a carcaça que a prende.
  Escolher é difícil, é difícil escolher continuar quando é difícil, mas não é impossível e se realmente quer poderá escolher fazer! Fazer sempre, fazer primeiramente por VOCÊ!
Conhecendo-se a partir do próximo
Um mestre em luta diria que o conhecimento próprio é a maior arma que se tem contra um adversário. Um grande amante o dia que, para conquistar alguém, é preciso, primeiramente, conhecer e confiar em você. Jesus disse: conhece-te a ti mesmo. - Por Gustavo dos Reis Fragazi

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Dias cinzas


Tem dia que de repente perde a graça.
A gente esquece a alegria, 
Deixa tudo dentro de uma capa que, por teimosia,
Insistimos em vestir.

Aquele pensamento...
Pra que pensar certas coisas?
Deixar que UM momento, estrague todo colorido do papel...
Isso é descuido!

Mas esse dia foi inteiro meio cinza.
Eu que me apeguei aos seus pequenos,
Mas significantes, detalhes coloridos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

First change yourself.


  Se pra tudo houvesse solução simples, se pra tudo houvesse jeito perfeito...
  A graça da vida às vezes é sua dificuldade, mas a verdade é que a dificuldade é necessária. Sem ela tudo vem muito fácil e eu sempre pensei "Tudo que vem fácil, assim se vai também".
  A verdade é que por preguiça, não podemos deixar de ter dificuldades na vida. São elas que nos fazem enxergar nossos defeitos, as coisas que devemos e podemos mudar. São elas que não nos deixam padecer no dia a dia e morrer na nossa lamentação. Porque lamentar quando algo é difícil tem sua dose de razão, mas e quando lamentamos aquilo que está bom?
  Não saberíamos agradecer por um sorriso, um abraço, um amigo, aquele aperto de mão, um beijo bem dado, o choro amparado, se não soubéssemos como é uma cara feia, um empurrão, como é ter uma inimizade, um cumprimento recusado, um beijo sem carinho e choro como motivo de riso.
  As pessoas esquecem todos os dias das coisas que alimentam nosso ser e todos os dias se relembram destas mesmas coisas. Fatos passam despercebidos por olhos desatentos que buscam apenas aquilo que está ao alcance da limitada visão carnal. Ninguém parece mais saber enxergar com o coração, nem mesmo eu ou você que lê e concorda comigo. Somos todos egoístas na maior parte de nosso tempo, desperdiçando palavras como se fossem nada e transformando nossos gestos em agressões. Lembramos de tratar bem à alguém para quem "devemos" muito, mas esquecemos de tratar bem aqueles que fazem parte do nosso sentimento. Pode parecer um tanto batido mas, de quem é que você se lembra com saudade, quem faz seus olhos inundarem-se de lágrimas por saudade, o coração bater como tambor porque ali há amor?
  Nem você sabe por quantos se sente assim, e você lembra mesmo deles?
  Hoje tive uma péssima sensação, vi quão fraca sou e também todos nós podemos ser. E se aquela pessoa que sempre te põe para cima, que sempre tem uma palavra boa, um sorriso nos lábios, e se aquela pessoa que é seu exemplo aparecesse destruída na sua frente, como você se sentiria? Seria capaz de erguê-la, seria capaz de fazer aquilo que ela sempre fez por você? Eu não fui e descobri que, outro problema do ser humano é que , muitas vezes, ele só sabe ajudar aqueles a quem está acostumado a ajudar e, se quem o ajuda tem um momento em que não pode fazê-lo, ele se revolta, se enche de tristeza e ainda é incapaz de ajudar tal alguém.
  Como se chama isso? Que nome pode-se dar para tal incapacidade? Será que uns tem de nascer para ser o alicerce e outros os sustentados e não se podem inverter os papéis? Que calúnia!
  O ser humano se esquece, se esquece de sustentar aquilo que sustenta seu ser. Esquecemos todos os dias, nos deixamos levar pela rotina e pela preguiça de sair dela. Quão bom seria se tivéssemos coragem para inovar e fazer mais todos os dias! Poucos são assim... poucos que lutam para contagiar o resto da massa e se desgastam nessa missão pouco reconhecida.
  Mexa-se! Eu vou me mexer, tirar de mim o peso do passado, tirar de mim o peso do desgosto, da apatia, do querer e não poder. Oras, quem disse que você não pode?! É claro que você pode! Na verdade pode tudo, as coisas lícitas e ilícitas, basta saber dircenir qual realmente valerá a pena fazer.

Esse texto é dedicado a alguém que muito tem me inspirado e esse alguém saberá que destinei este texto à ele e por qual motivo..

domingo, 18 de dezembro de 2011

Todos os Dias



     Estava confortavelmente sentada, naquela poltrona larga de couro entre os sofás, na sombra da parede ao lado da janela. Desconcentrei-me por um momento do livro que lia e ao olhar para frente vi a mesma figura de todos os dias, mas a cada dia de uma forma diferente.
     Semblante sério, mas com os olhos ternos. Sempre concentrado em algo com ar curioso ou, na maioria das vezes, empenhado. Era “sua” hora do dia, que na verdade, não tinha hora para acontecer. Era quando mais gostava de observá-lo, pois sabia que ali, era ele e somente ele. Mil pensamentos poderiam vir à mente, mas sempre me recordava de como tudo começou, só para não me perder no tempo e esquecer como foi que chegamos ali, pois o que importa mais do que os começos?
   Não sei ao certo quantos invernos já haviam passado (gosto de falar deles já que são a estação preferida), mas sei que, os últimos de que me lembro com maior apego, já estava ali, vendo todo dia a mesma cena, de forma de diferente.
  Ficção, ação, romance, comédia, literatura de tudo um pouco nossas paredes tinham. Foi um sonho, dentre muitos, realizado. Cores claras nestas paredes, mas uma sempre com mais cor mais intensa, pois uma marca inconsciente sempre foi intensidade com suavidade. Como foi que decidimos tudo aquilo? Nem sei, hoje sinceramente não faz diferença.
    Impressos nos olhos, tínhamos algumas marcas, nem ligo, pois me lembro de como conquistei todas elas com cada sorriso. Sempre me lembro dos detalhes mais estranhos. Como quando tínhamos medo de não tentar e jogar isso que temos hoje no ar, como era estranha a sensação de culpa misturada com estranha alegria de estar fazendo errado o que algo, em meu ser, achava ser o certo. Por quanto tempo as coisas fluíram bem, por quanto tempo tudo aconteceu longe dali, longe daquele semblante tão conhecido que nunca antes tinha visto? Como pude não reconhecê-lo?
    Demorei tempos para me acostumar com a ideia de que o que para uns era algo errado de se fazer de errado nada tinha. Demorei para conseguir preencher meus sentimentos com essa ideia tão firme que eu fazia questão de fazer parecer vazia. Quanto tempo demorei? Sabe, não foram nem meses!
E os meses passaram revelando um passado de décadas a cada ano que se seguia. Cada descoberta não era assim denominada, pois para mim pouca coisa tinha de novo, eram mais redescobertas. Redescobri um rosto, um lugar, um sentimento e muitas emoções. Redescobri porque cobrava tantas palavras que nunca tive e percebi que não era de palavras que precisava.
    Mergulhada em meus pensamentos já não olhava. A imagem diante dos meus olhos era desfocada e via apenas borrões coloridos, banhados pela luz tênue do sol ao entardecer que molhava o centro daquela ampla sala. Quando procurei meu objeto de meditação não o vi, se quer o vi sair dali. Engraçado que nem me perguntei onde estava, pois parecia, como sempre, que a presença dele vibrava e então sabia que na casa estava.
     Era, ainda é e creio que sempre será estranha essa sensação de saber sem que ninguém me diga, sem que eu ouça uma única vez esta afirmação. É algo que está inserido no que sou, em minha essência. Por vezes já nos encontramos e eu sei, sei sim porque sinto isso muitas vezes e é algo que não da para confundir. Me peguei imóvel outra vez e quando voltei à mim o vi.
    Estar com ele, apenas para constar, não é apenas um conto de amor. Aprender, ensinar e reciclar é o que fizemos. Compartilhamos tudo que sabíamos conosco e com o mundo, nos encantando juntos com as novidades em nossas vidas, com os aprendizados em comum.
    Não é, nem nunca foi algo que nos tirasse da realidade para esquecermos as condições desta vida, ao contrário, fazíamos questão de nos colocar com os pés firmes no chão e nunca passar por cima dos objetivos que todo ser humano deve alcançar.
     E então, vendo que já pensara demais, se levantou, com aquele sorriso firme e os olhos fixos nos meus. Os dele, cor de avelã, e os meus, escuros como mogno, se cruzaram e nada foi dito. Apenas um abraço que selava ali o começo, um novo começo, o começo que teríamos a cada dia, a cada vez que nos reencontrássemos.
    Saímos então andando e conversando, pois não podíamos demorar. Fazia tempo que não o via e como era bom conversar, rir junto dele e poder dizer bobo sempre que fizesse algo que me encabulasse ou que o deixasse na situação de quem não sabe o que diz.
    Mal sabia que eu que sua resposta para minha afirmação um dia seria “Linda!”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Primavera



   E na mesma primavera em que um amor se foi, outro chegou. O primeiro nunca me deixou de verdade, apesar da primavera ser "a mesma", levou tempo entre uma e outra.
   Passei por um quente verão, quente em seus acontecimentos e lembranças, e quando o outono chegou, vi suas folhas caírem em companhia amiga. Mas cada folha que caía me trazia à tona a árvore seca em que estava me tornando. Sequei por dentro sem perceber e iniciei meu inverno em tormenta de meu ser. Julho foi mais quente que frio e ainda assim era frio demais para mim. Frio de querer, de poder. O gelo de fora me congelava os olhos e pensamentos. Sem perceber sequei mais outro amor.
   Esse se secou talvez porque nunca tenha tido raiz, pode ser também porque o outro fosse como erva daninha enraizado em mim, me fazendo lembrar as flores, os flocos de neve que nunca vi e o cheiro das folhas secas das estações passadas que, feliz, eu vivi!
   Entrei na primavera, novamente inundando meu ser em pranto. Outrora fechei-a assim, pois quando aconteceu já estava no meio, mas era quase o fim. Dessa vez o pranto, sem querer, trouxe pelas águas algo comum à mim. Me lembrava o verão por que era quente e trazia calor ao coração, mas era tão incessível quanto querer verde da folha que morta, cai seca.
   O frio, que no meu estômago causava, lembrava o frio do inverno, mas parecia tão bom quanto um chocolate cheio de marshmellows. Gosto de chocolate e do frio também.
   Essa primavera teve pouco calor e ainda não vejo as flores, mas meu coração brotou e nela vi adormecer aquele outro amor.