sábado, 24 de dezembro de 2011

Desvaneceu.

  - E por que fizeram isso?
  - Por medo e insegurança, por que mais?
  - Mas assim, se considerar o antes e, até mesmo, o depois?
  - Vou lhe contar uma história... É a história de um coração feliz, com uma mente tristonha. O coração era forte e batalhava, mas a mente cansada sempre o sobrecarregava de pensamentos pesados, incertos e sem fundamento. Um dia, o jovem rapaz resolveu ajudar aquela que amava. Era uma amizade muito bonita e solidificada na sinceridade. Com alguns acontecimentos boa vontade o amor crescia e uma dúvida também até que chegou o tempo em que não havia mais dúvida. Parece uma história antiga, mas não é.
  O curioso é que, estranhamente, como já contava um livro, existia um medo por detrás dessa relação que nenhum dos dois sabia de onde vinha. Procuraram as soluções, mas ela se sentia cada dia mais doente.
  - Mas e o Amor?
  - O amor estava sempre vivo e era ele quem dava forças a ela! Sempre deu e sempre daria. Era pelo amor de amigo, pelo amor de irmão que perduraria através dos tempos. Mas algo aconteceu depois que, naquele dia, a cor se perdeu. Aquele dia ninguém sabe, exatamente, quando aconteceu. E depois dele foi tudo muito difícil. O medo dele penetrou nas raízes da relação e a enfraqueceu, a falta de força dela deixou que o veneno a tomasse e junto da esperança ela faleceu. Como luzes fracas os olhos se apagaram, o sorriso se foi e a respiração findou. Essa foi a morte de sua alegria e o corpo seco que restou, ele abandonou. O processo foi de dentro para fora e a ele cegou. Cegou-o para a esperança, pois a luz dos olhos dela é que iluminavam o caminho; enfraqueceu também seus músculos, pois seu alimento era o amor. Surdos ficaram antes do fim, pois as risadas era o maior estímulo e bem antes do fim elas sumiram.  O findar daquela história foi triste como a crueldade do homem e repentina como uma plantação que pelo fogo é destruída. De fortes a fracos, de unidos a estranhos, de amantes a desinteressados. Por não falar, por deixar de lutar, tudo que tinham morreu.
  Naquele mesmo tempo, algo bonito poderia surgir, mas a falta de coragem parou na garganta e limitou-se aos pensamentos. Um anel comprado, um pedido em mente. Por que, eu me pergunto, não prosseguiu? Eram tão fracos já? Desistiram por tão pouco?
  - Será que não foi só o medo?
  - Oras, medo do que? Se existia o amor!
  - Medo de não serem, na verdade, correspondidos?!
  - E por que achariam isso?
  - Bom, o medo, quando não combatido, se apossa de nossas energias, como a doença se apossa do corpo enfraquecido. Quando há um medo, por menor que seja, e não o combatemos, ele passa a ser algo inconsciente e já nem sabemos que o sentimos. Se eles deixaram esse pequeno medo da incompreensão toma-los, logo já não confiavam que poderiam contar um com o outro sempre e assim começou o afastamento. Parece estranho, mas penso que é normal. Todo ser humano se guarda para se proteger, mas nem sempre isso funciona.

  E assim é toda vez que um sentimento grandioso é abafado pelo medo. Medo, medo de quê? Medo para quê?
  Fale, não tenha medo de expressar-se. Nós necessitamos da convivência, do diálogo, de tocar, de sentir. Faz parte do que somos, é assim que evoluiremos, que aprenderemos. Se tivermos medo toda vez que puder dar errado, não faremos mais nada, na verdade, nem estaríamos aqui.
Quem disse que amar é fácil, que é como uma conta matemática onde 1 + 1 = 2?
Se assim for, está mais para uma equação química! E é no meio desta química que nos perdemos. Uma dose errada de algo e pronto, a solução não reage como deveria. E por que erramos na medida? Porque esse tal amor, assim como todos os nossos sentimentos bons, estão impregnados de imperfeição. Ainda esperamos amar já que amamos; ainda esperamos um sorriso, já que sorrimos; ainda esperamos algo que nos diga “há motivo para se sentir assim”, só que muitas vezes, não há! O que fazer, como fazer, por que fazer?
  Pare, pare de se perguntar aquilo que já sabe e indague-se aquilo que ainda não tem ideia de como é ou porque é.
  Você é assim, conheça-se, ame-se! E depois venha aprender, não comigo, é claro, o que pode realmente significar amor, na sua essência e sem nossos defeitos!

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